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    Fala galera!

     

    Meu nome é Jonas Antunes e esse será meu primeiro (espero que de muitos) artigo no blog da PlayGround. Minha praia mesmo é o Modern mas nesse meu primeiro artigo aqui falarei sobre o Standard, mais especificamente sobre banimentos e, consequentemente, rotações não programadas.

     

    Revisitando o passado, a penúltima vez que cartas foram banidas do formato padrão, foi em junho de 2011, quando Jace, the Mind Sculptor e Stoneforge Mystic foram banidos. O ultra-poderoso caw-blade era o deck com maior fatia de meta, as interações de Stoneforge Mystic com Sword of Body and Mind, Sword of Feast and Famine e Batterskull concediam vantagem de mesa absurdas, combinadas com a draw-advantage que o Jace e Squadron Hawk concediam fez com que o Caw-Blade fosse o deck-to-beat por tempo demais, forçando assim martelo do banimento da Wizards. Podemos notar de maneira clara a predominância do Caw-Blade quando observamos que um deck com Valakut, Molten Pinnacle e Primeval Titan era Tier 2, pois não tinha as ferramentas necessárias para combater Stoneforge e seu amigo Jace.

     

    Abaixo vemos uma lista exemplo do deck:

    Interessante dizer, pela primeira vez existiu uma exceção ao ban, o deck de evento War of Attrition continha duas Stoneforge Mystic em sua lista, o deck poderia ser usado para jogar campeonatos T2 se sua lista original não tivesse sido alterada.

    Antes desse banimento no Standard o ultimo havia ocorrido em 2004/2005. Em 2004 a carta Pinça Craniana foi lançada (o maior erro da wizards na minha opinião), basicamente a carta era uma compra continua, todos os turnos você comprava 2 cartas a mais ao custo de uma mana. Em 2005 Arcbound Ravager, Disciple of the Vault, Darksteel Citadel, Ancient Den, Great Furnace, Seat of the Synod, Tree of Tales eVault of Whispers foram banidos enfraquecendo assim o Affinity, deck que continuou a ser jogado apesar de ter tido nove cartas banidas. Segue exemplo de uma lista do deck:

     

    O Aaron Forsythe em seu artigo sobre o banimento da Skullclamp em 4 de junho de 2004 disse:

    “...francamente, ela estava por todos os lados. Todos os decks competitivos ou tinham quatro copias no maindeck ou side ou foi construído para combater e se defender dela. E existiam muito mais decks nas duas primeiras categorias do que na terceira. Uma representação como essa não é sadia para o formato.”

    Francamente, a pinça era forte demais!

     

    A Skullclamp era uma carta incomum que custava R$ 15,00, nessa época Magic, principalmente T2, não era tão caro como hoje em dia, apesar dos 13 anos de diferença, era possível montar um deck T2 por menos de um salário mínimo. O impacto financeiro para quem tinha a carta(minha equipe tinha 15 delas) foi muito grande, desanimando e fazendo com que jogadores deixassem o jogo por não conseguir se recuperar do golpe.

    Agora que a nostalgia dos meus tempos de T2 me deixou, vamos falar o momento atual.

     

    Em 9 de janeiro de 2017 Emrakul, the Promised End, Smuggler's Copter e Reflector Mage foram banidos, não dá para dizer que era previsto 3 cartas serem banidas de vez do formato padrão, até hoje tem gente que coça a cabeça tentando entender o motivo pelo qual o Reflector Mage foi banido.

     

    A primeira coisa fora do comum foi a data que o anuncio foi feito, uma semana antes da data programada, a lista deveria sair no dia 16 de janeiro, a explicação dada pela wizards foi ouvir de maneira mais próxima ao feedback da comunidade, especialmente no formato Standard. Nesse mesmo anuncio a wizards já fala do combo Felidar Guardian + Saheeli Rai, mostrando que tem conhecimento da interação, arrisco dizer que o banimento do Reflector Mage foi preventivo, pensando em um possível Jeskai Saheeli usando Felidar e Reflector.

     

    Emrakul, the Promised End – O ban certo, a carta era consistente demais, resiliente demais. O poderoso 13/13 tem evasão embutida e se protege sozinho, seu efeito no cast sela jogos de maneira absurda, castar Emrakul resolvia o jogo a grande maioria das vezes, se ele atacasse pelo menos uma vez era virtualmente impossível perder.

     

    Smuggler’s Copter - Foi inesperado por uma parte dos jogadores, mas é entendível, aceitável, visto que, guardadas proporções, estava em todos os lugares assim como a Skullclamp em 2004. Quando todos os decks aggros e midrange querem gastar 2 manas em uma carta e todos eles podem, pois não existe restrição de cor de mana, pode haver um problema. O Cóptero pede para ser respondido, visto que sua continuidade em campo gera draw selection constante, e é difícil de ser resolvido, criatura somente quando convém, com evasão e 3 de defesa.

     

    Reflector Mage– Esse ban caiu na conta da força do UW Flash e seu posicionamento no meta, ainda acredito no banimento preventivo, não irei me prolongar nas explicações pelo fato de não haver muitas.

     

    É importante falar sobre o impacto financeiro desse ban, Emrakul e Cóptero eram cartas caras, vários jogadores também se sentiram lesados e deixaram o T2, foi notório a redução de jogadores em fnm e torneiros standard regulares.

     

     

    Após essa nova rotação não planejada começou a era 4c Saheeli, no novo meta o combo dominou, tentando controlar e vencer em velocidade o Mardu Veiculos sempre ocupou a segunda posição, a representatividade de meta que os dois ocuparam variava de 35 à 40% do field, tornando assim o ambiente completamente não saudável, prova disso são as listas que fizerem top 8 pelo tempo que o deck era válido:

    • GP PITTSBURGH, 12 de fevereiro 2017 - um Jeskai Saheeli no Top 8;
    • GP Utrecht, 26 de fevereiro 2017 -  um 4c Saheeli no Top 8;
    • Mocs, 3 de março 2017 - cinco 4c Saheeli no top 16;
    • GP New Jersey, 12 de março 2017 – três 4c Saheeli no top 8;
    • GP Barcelona, 12 de março 2017 – quatro 4c Saheeli no top 8;
    • GP Porto Alegre, 19 de março 2017 – três 4c Saheeli no top 8;

    Amonkhet foi lançada com varias cartas que ajudavam a interagir e talvez resolver o combo, pelo menos essa era esperança da wizards e da grande maioria dos jogadores. Mas, como era de se esperar, Amonkhet fortaleceu o combo Saheeli-Felidar mais do que o contrário e em 27 de abril de maneira acessória foi divulgada uma lista de banidas onde o Felidar Guardian foi pro saco.

     

    A explicação que a nave mãe deu para esse banimento e o motivo pelo qual não ocorreu na data correta (26 de abril) foi que com a mudança de politica do MOL, novas edições começam a valer mais cedo na plataforma online, foi possível coletar dados que subsidiaram o banimento, segundo a wizards a taxa de vitória do Saheeli-Felidar desde Amonkhet subiu. O combo da Saheeli fez aproximadamente 40% dos 5-0 e 4-1.

     

    Mais uma vez uma rotação não programada foi forçada pelo martelo do banimento, mas e agora, com o banimento do combo o Standard esta salvo? Não necessariamente...

     

    A ameaça maravilhosa!

     

    Com a saída do 4c Saheeli do meta, estratégias mid range voltaram a ver jogo, de agora em diante é possível pagar 5 manas por uma magica em seu turno sem ter medo de morrer na volta, e um ambiente como esse é extremamente favorável ao deck Aetherworks Marvel.

     

    A divisão do meta do Pro Tour Amonkhet teve 26% de Aetherworks Marvel, por muitos o deck é considerado o melhor do formato, não é pra menos, quais decks atuais conseguem vencer um Ulamog turno 4?

    Os dois GP subsequentes ao PT, Montreal e Santiago ambos em 21 maio 2017, continuaram mostrando predominância do arquétipo, em ambos tiveram três Temur Aetherworks no top 8. O metagame do MOL tbm mostra essa predominância, no atual momento 30,41% do meta é tomado pelo deck maravilhoso.

     

    Ainda é cedo para dizer se o Marvel terá o mesmo destino dos seus predecessores, nunca sabemos o que se passa na cabeça da wizards, não é?

     

    Na minha opinião, essa rotação não-programada não é sadia para o formato, standard é o formato mais amigável aos jogadores, ver seu investimento sumir do dia pra noite pois a nave mãe não conseguiu antecipar como a interação entre as cartas iria influenciar o ambiente não é bom pra ninguém. A recente criação de um novo departamento para testes é um alento e promete ser a solução para arrumar a casa.

     

    Ficamos por aqui, espero que tenham gostado.

     

    Let’s roll the Marvel!

     

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